quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Prazeres Barbosa fala sobre o lançamento de sua biografia

De acordo com a atriz, sensação provocada pela obra foi a mesma sentida ao entrar no Projac pela primeira vez. Confira a entrevista concedida pela atriz ao blogueiro Cláudio Soares.

1. Sessenta anos de vida. Como se sente contando essa história? Deu pra contar tudo?

Uma trajetória, ativa, de 60 anos não dá pra registrar tudo, entretanto encontram-se eternizados alguns fatos da minha infância aos dias atuais. Encontro-me em estado de graça. A sensação que ora desfruto, quando do lançamento do livro/biografia “Prazer em Conhecer”, em Caruaru, é a mesma de quando entrei no Projac, pela primeira vez, e fui recebida com o carinho do elenco fixo do seriado A Diarista. Momentos como este não sei descrever, só sei sentir. Obrigada, amigos de Caruaru!

2. Como aconteceu a aproximação com Fernandino Neto?

Nós não nos conhecíamos. Na época em que ele estava cursando Jornalismo, na FAVIP, foi fazer uma entrevista comigo, em minha casa, como trabalho de faculdade. Viu que a minha residência parecia um “museu”, bisbilhotou na imprensa local/regional/nacional e achou que era uma trajetória interessante. Daí por diante, com a entrevista publicada no Jornal Vanguarda, onde estagiara, junto às informações curriculares e o aval do corpo docente da Faculdade, decidiu que o seu TCC seria minha biografia. Ele falou do seu intento e eu lhe dei carta branca.

3. Como você define a importância da sua atuação artística para as gerações futuras?

Acredito que essa resposta esteja na obra “Prazer em Conhecer – Seis décadas de Prazeres Barbosa”. É lá que está consumada a minha contribuição para os que aí estão e para os que hão de vir. Leiam, analisem e tirem proveito do que lhes convier!

4. Agora que você vive no Rio de janeiro, como avalia a cena cultural de Pernambuco, especialmente Caruaru?

Como sou bairrista, com muito orgulho, enxergo Pernambuco o topo do que há em manifestações culturais. Somos ricos no artesanato, folclore, dança, artes plásticas, cordéis, cerâmica, cinema e teatro. Insiro Caruaru nesse contexto, pois sempre apostei no talento e competência da classe artística. Se eles se desafiassem mais, certamente estariam em outro contexto. Talento é o que não lhes falta!

5. Você deixou um pouco de fazer teatro para se dedicar a Televisão e Cinema. Como tem sido trabalhar na Rede Globo? E como foi fazer o filme com Sylvester Stallone?

A vida é composta de ciclos. Acredito que, nesse momento, as portas da TV e Cinema estão se abrindo para mim motivadas pelo meu biotipo e disponibilidade. Como sempre acreditei que não preciso ter pressa e que “...a burrinha da felicidade nunca se atrasa...” deleito-me a cada convite e curto-os como se fosse o último. Pra ser feliz não precisa se ter muito, basta ser feliz com o que nos toca e isso eu administro muito bem!

Trabalhar na Rede Globo é o sonho de 10 entre 10 artistas. Belisco-me e sinto que a ficha ainda não caiu. Estou degustando um dia por vez. Serei cautelosa ao subir degraus! Quanto a filmar com Sylvester Stallone foi algo surpreendente. Estava além dos meus sonhos. E olha que eu sonho, hein? (risos)

6. Quais as pessoas que marcaram sua vida pra sempre?

Sozinhos não somos nada e não chegamos a lugar algum. Tenho uma trajetória rica em aprendizado e isso não acaba em nomes, mas em criaturas que nos fizeram alcançar patamares inimagináveis. Não citarei nomes, pois o esquecimento de alguns deixará um marco de ingratidão (isso não faz parte da minha história de vida). A vaidade humana jamais me perdoaria.

O que seria de mim sem minha família, meu filho, meu marido, meus diretores de teatro, minha Cia. de Teatro, minhas diretoras de escolas, os empresários, colunistas, amigos, a imprensa? Eles são peça-chave para a conclusão desse quebra-cabeças chamado Prazeres Barbosa. Minha gratidão a todos que me estenderam os braços e abriram o seu coração para me acolher!

7. Você já foi professora. Num mundo digital, que papel a Educação pode revelar para a Arte e Cultura?

Eu não acredito na Educação sem Arte, nem Arte dissociada da Educação. Elas estão para outra como o amor para o sexo, a água para a vida, o filho para a mãe. Vejo o mundo digital como ampliação de conceitos e multiplicador de possibilidades. O que nos falta é mão de obra especializada/humanizada, para tirar proveito da tecnologia aliando o interesse da juventude, garantindo assim um resultado mais humano e racional. Eu aposto todas as fichas no humano, na arte, na educação.

8. A sua relação com o público de Caruaru e da região sempre foi muito extensa. Como é que está esse público, agora, depois da projeção nacional do seu nome?

A melhor coisa do mundo é saber construir uma carreira com parceria. Aprendi, desde cedo, que a vida só tem sentido quando aliada a pessoas que apostam na gente e têm o colo para chorar. Sinto a vibração dos companheiros, fiéis, e sei que isso nos une cada vez mais. Não mudei em nada. Sou a mesma de sempre. Eu sou Prazeres de todos os tempos!

9. Você se sente realizada ou ainda planeja seu futuro?

Relembro as sábias palavras, de minha mãe, Antonina Barbosa: “Enquanto viva, labutamos”. Sou intensa na minha essência. Nunca deixo para amanhã o que hoje posso fazer. Sou realizada com a concretização dos meus sonhos. No dia 02 de outubro, completei 61 anos e me comporto como se tivesse 16, acredita? O meu futuro é o hoje, vivido com qualidade de vida, e a certeza de que o amanhã me aguarda de braços abertos.

10. Quais os próximos trabalhos? Ainda volta à terrinha?

Aprendi, com a vida, a não dizer nunca. Quero estar aberta a possibilidades e desafios. No momento, pretendo ficar aqui no Rio de Janeiro e visitar Caruaru, rever amigos e dançar o melhor forró do mundo! Quanto a trabalhos, estou bem servida, graças a Deus! Dia 08/10 estreio em Tropa de Elite 2. Ainda em outubro/novembro, estarei no seriado Afinal, o que querem as mulheres? No final do ano estarei no especial em comemoração aos 50 anos de Renato Aragão. Farei dona Dinorah, sua mãe. Em janeiro/2011 estou escalada para a novela das 7h, de Walcyr Carrasco. Em 2011 estrearei nos palcos cariocas. E por aí vai! Deus seja louvado!


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